sábado, 15 de janeiro de 2011

História

Capelinha – Vale do Jequitinhonha – Minas Gerais - Brasil

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS


  Prof. Eduardo José Cordeiro
1.Município: Capelinha

3.Designação: Capela  São Vicente de Paulo
4.Endereço: Rua Rio Branco e Rua Getulio Vargas   - Centro
5.Propriedade:  Pública
6.Responsável: Paróquia Nossa Senhora da Graça e Conferência. 
7.Situação de Ocupação: própria
8-Documentação Fotográfica: Fotógrafo: Dante Geraldo Guedes de Carvalho
Fotografia Digital
Data: 23/11/2002
Análise de entorno-situação e ambiência:
A Capela São Vicente de Paulo localiza-se no centro da cidade, em uma área mais alta, com acesso mais restrito, não possuindo movimento de veículos. Acessamos o imóvel pela Rua Rio Branco, totalmente asfaltada, em declive, com dimensões para três  carros, sendo a entrada próxima ao Asilo São Vicente de Paulo. E também pela rua Getulio Vargas, em declive, calçada de pedra, sem acesso a veículos.
Há nas imediações da Igreja o conjunto arquitetônico do Asilo e somente duas residências modernas de propriedades particulares. Daí avistamos o centro da cidade,  proximidades da Igreja Matriz, bairro Piedade e proximidades da Igreja Sagrado Coração, no bairro Maria Lucia. O seu ponto referencial é a Escola Estadual Professor Antonio Lago, que se localiza na rua Rio Branco, bem próximo.

HISTÓRICO:
No inicio do século XX, o Brasil vivia mergulhado no atraso. Rincões interioranos como Capelinha sofriam de pobreza extrema. Eram poucos os mecanismos oficiais de assistência às populações mais carentes, que padeciam toda sorte de penúrias e privações. Para agravar esse quadro, o nordeste brasileiro e parte do estado de Minas Gerais, incluindo Capelinha, tinham passado por um longo período de estiagem - a conhecida “seca do noventinha”. Com a seca, o que se viu foram levas de retirantes migrando do nordeste para o sudeste do País. Muitas pessoas chegaram a Capelinha  provenientes da Bahia e do Norte de Minas e há relatos que até mesmo dos povoados próximos ao município tinham-se deslocado lavradores que perderam suas lavouras e não tinham como sobreviver à seca. A carestia e a fome grassavam por toda parte.
 No próspero povoado de Capelinha, reuniram-se alguns senhores preocupados com a descoberta de meios de se acudir os mais necessitados. A solução encontrada foi  criar a Conferência de Nossa Senhora da Graça, sob a invocação de São Vicente de Paulo. Era o longínquo dia 19 de julho de 1902. Muitos trabalhos foram realizados, campanhas para arrecadar roupas e alimentos. Esses trabalhos contavam com o empenho de importantes nomes e lideranças históricas de Capelinha: Sr. Herculano Pimenta de Figueiredo, Sr. Antônio Pimenta de Figueiredo, Sr. Sebastião Otoni, dentre outros. As ações eram Coordenada pelo Presidente da Conferência, Sr. Alfhonse Marie Pavie, popularmente conhecido como Afonso Pavie, que era proveniente da cidade de Amiens,na França. Casado com a Sra. Maria da Conceição Guimarães, filha de Capelinha.
Como a necessidade de assistência aos pobres com abrigo, alimentação, cuidados médicos e assistência religiosa aumentava exageradamente, o Sr. Pavie, juntamente com os membros fundadores da Conferência, tiveram a idéia de criar um pequeno abrigo, uma casinha, onde pudessem atender os migrantes, mendigos e pessoas de poucas posses. Uma grande campanha foi realizada, todos os capelinhenses ajudavam, uns com material de construção, alguns outros com mão-de-obra, outros mais com alimentos e roupas. Sem dúvidas, os trabalhos da Conferência sempre tiveram uma grande bênção. 
 Então,  no  mesmo  ano  de  fundação da Conferência, em 1902, foi fundada a primeira Instituição de Caridade do município, que levou o nome do Santo protetor dos pobres. 
   E daí por diante, de acordo com as necessidades, mais cômodos foram sendo aumentados, graças a doações que, desde então, não pararam.
  No ano de 2002 houve uma grande reforma, incluindo a construção de salas, cozinhas, refeitórios, área de serviço. Sempre que necessário, o Asilo passa por manutenção.
  O Abrigo São Vicente de Paulo, tendo hoje a Coordenação do Presidente Milton Isaac Magalhães, é composto por três pavilhões dotados de quartos, banheiros, salas, farmácia, cozinhas, cômodos de armazenar mantimentos, refeitórios, lavanderia, quintal com grande plantação de hortaliças, etc. Existem 03 casinhas separadas, onde moram casais, adotados pela entidade e necessitados de abrigo, alimentação, cuidados médicos e assistência religiosa.
            O Asilo conta atualmente com 131 confrades e damas, 14 adotados do sexo masculino, 41 adotados do sexo feminino, 21 adotados crianças e adolescentes, somando um total de 76 pessoas abrigadas. O consumo mensal de alimentos é da ordem de 1200Kg e, verificada uma despesa mensal com medicamentos – em torno de R$ 1.500,00 - o total mensal de despesas mensais é de R$ 7.248,00.
  O abrigo foi construído com o propósito inicial de atender sobretudo os idosos e as crianças, mas atualmente socorre indistintamente toda e qualquer pessoa em situação de miserabilidade. A conferência também faz sepultamento dos mendigos e pessoas   de poucas posses em geral.
            Portanto, é realmente imensa a obra da Conferência, ao longo desses seus 104 anos, num país e numa região de tantas carências e privações.
   Alguns anos depois, em mais ou menos 1928, importantes nomes e lideranças históricas de Capelinha, como o Sr. Herculano Pimenta de Figueiredo, Sr. Antônio Pimenta de Figueiredo, Sr. Sebastião Otoni, Sr. Cilino Pinheiro, Sr. Piuzinho e Sr. José Pimenta de Figueiredo, dentre outros, resolveram construir uma igreja, ao lado do abrigo São Vicente de Paulo, para que os pobres abrigados no asilo pudessem ter um   acompanhamento e apoio religioso. 
            Uma grande campanha foi realizada, todos os capelinhenses ajudavam, uns com material  de  construção, outros  com mão-de-obra. Sem dúvidas, os trabalhos ligados à Conferência sempre tiveram uma grande benção. As ações eram Coordenadas pelo Sr. José Pimenta de Figueiredo, com o apoio do Sr. Alfhonse Marie Pavie. 
            Um dos construtores da Igreja foi Sr. José Cordeiro, carpinteiro, operário eficiente, embora modesto e desinteressado. As instalações de água e luz foram idealizadas e executadas pelo eletricista Carlos Queiroz Barroso, estes que também participaram da construção  de  grande parte da Igreja Matriz atual. Ressalte-se ainda a  participação  do Sr. José Guedes, pedreiro, que também ajudou na construção. Na época, foi contratado pela prefeitura um pedreiro profissional de nome de Jacinto, que era da cidade de Berilo e veio juntamente com seu sobrinho, Sr, José Pacheco, para também auxiliarem nas obras da Igreja.
 Poucas celebrações são realizadas desde uns 10 anos para cá, apenas casamentos são realizados e, uma vez por semana, (aos domingos) são realizadas missas.

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